Com “Projeto Sucessores”, empresa quer ajudar sua rede estratégica de negócios a desbravar os desafios de transição de governança, ao mesmo tempo em que busca estreitar relacionamento com gestores da nova geração
De acordo com dados do IBGE, 90% das empresas no Brasil têm perfil familiar. Contudo, um levantamento global da PWC feito em 2018 revela que 44% não têm plano de sucessão e 72,4% não contam com transição definida para cargos de diretoria e gestão. A Atlas, que faz parte das empresas InBetta, referência em ferramentas para pintura, vê a mudança de governança e troca de gerações de seus clientes e parceiros como um ponto importante em sua estratégia de negócios e, por isso, lança a ação “Projeto Sucessores”.
Com a propriedade de quem segue para a segunda sucessão, onde a terceira geração está sendo preparada para assumir posições de gestão nas empresas InBetta, a Atlas idealizou uma imersão nos temas que mais assombram as empresas, levando-as, muitas vezes a protelar, acelerar ou, nos piores casos, negligenciar o processo. De 25 a 27 de maio, cerca de 55 executivos do setor de materiais para construção, incluindo fundadores, presidentes e diretores de marcas como Tintas MC, Mundial Prime, Famastil e Krona, entre outras, estiveram reunidos em Porto Alegre/RS para ouvir especialistas e compartilhar suas experiências em sucessão.
Um levantamento preliminar mostrou que os convidados atuam nas áreas de varejo, atacado nacional, atacado regional, distribuição, materiais para construção e tintas nos estados de São Paulo, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará, Piauí e Rio de Janeiro. Cerca de 72,7% têm faturamento anual de R$ 4,8 milhões a R$ 300 milhões. A mesma porcentagem, 72,7%, corresponde aos que estão com o processo de sucessão em curso. Outros 7,3% pretendem iniciar neste ano ou no próximo. “A sucessão é um grande problema que afeta o segmento de Matcon. Dados apontam que 75% das empresas familiares encerram suas atividades após o processo. A Atlas é uma companhia com DNA familiar e já passou pelo ciclo de transição mais de uma vez. Por isso, queremos, genuinamente, contribuir para que os negócios de nossos clientes e parceiros estratégicos perpetuem por muitas gerações”, explica Márcio Atz, Diretor geral da Atlas S/A.
Imersão estratégica – Para ajudar no desenvolvimento de um conteúdo realmente efetivo sobre sucessão, a Atlas conta com as parcerias de Renata e Werner Bornholdt, especialistas com experiência em governança. Eles fizeram a mediação de painéis com temas importantes para direcionamento e tomada de decisão. Sobre as discussões, Renata adianta que “é preciso uma governança corporativa estruturada para que as novas gerações possam ter espaços para se movimentar. A preocupação das famílias empresárias é crescente e é prioridade, pois sabem que é algo essencial para a perpetuidade dos negócios”, diz.
Cenário de desafios – A questão econômica é realmente um pilar importante quando se fala de sucessão. Newton Guimarães, Head da Fundação de Dados, esteve à frente de dois painéis com temas relacionados: “Cenário Matcon – primeiro trimestre 2022”, e “Desafios do Varejo Contemporâneo”. Especialista em estudos sobre consumo de materiais de construção, Newton diz que, “em relação aos primeiros três meses do ano serão apresentadas leituras inéditas que remeterão à capacidade do segmento de materiais de construção de reverter expectativas negativas sobre seu desempenho. Há um grande contingente de obras públicas sendo realizadas devido às eleições e o boom de lançamentos de imóveis começa a se concretizar com novos empreendimentos. Por fim, relativamente ao comércio, tudo indica um pouso suave do boom de vendas de materiais de construção em 2020 e 2021, com perspectivas, inclusive, de crescimento por mais um ano.”, ressalta.